O perfil demográfico na Europa e em todo o mundo tem sofrido alterações devido ao aumento da esperança de vida, tendo duplicado a população idosa nas últimas quatro décadas (Perlini, 2005).
Em consequência do envelhecimento e do aparecimento de doenças crónicas, há um aumento dos internamentos e dos níveis de dependência dos utentes para a realização das suas atividades de vida diária exigindo respostas da sociedade e da organização familiar.
Assim, o papel do enfermeiro no domicílio é bastante importante para assegurar a continuidade dos cuidados de saúde após um internamento, designadamente do foro orto – traumatológico.
A osteoartrose (também conhecida por artrose) é a principal causa de incapacidade da pessoa idosa e está associada, neste grupo etário, a outras doenças também incapacitantes, afectando articulações importantes para a funcionalidade, como as das mãos, joelho, anca, coluna vertebral e pé (Direcção Geral de Saúde, 2004).
Com internamentos cada vez de menor duração considera-se fundamental a continuidade dos cuidados de enfermagem de reabilitação no domicílio, visando o treino das atividades de vida diária.
Desta forma, torna-se imprescindível assistir estes utentes a permanecerem autónomos e activos, prevenindo complicações e promovendo a sua independência, nomeadamente direccionados às pessoas submetidas a Prótese Total da Anca (PTA) e Prótese Total do Joelho (PTJ):
Como refere Cunha (2008, pág.8) “Adquiri independência para a mobilidade depende da velocidade com que os músculos não utilizados voltam a adquirir tonicidade através do exercício”.
Neste sentido, a reabilitação é um processo longo e demorado, que visa cooperar com o utente, para que este reconheça para além das suas limitações, os seus potenciais e capacidades, envolvendo o utente/família/cuidador no planeamento e implementação dos cuidados.
Segundo Cunha (2008, pág.161), após a alta, o utente “tem de continuar a fazer os exercícios que lhe foram ensinados e continuar a andar, no sentido de melhorar a marcha. Os tecidos e músculos circundantes demoram tempo a cicatrizar, por isso o doente deve cumprir todas a precauções que lhe foram indicadas para evitar consequências desagradáveis.” Com este projecto pretende-se que a UCC Aveiro, após a alta do utente e mediante referenciação do enfermeiro do Serviço de
Ortopedia do CHBV, preste cuidados de continuidade no domicílio, que será essencialmente centrada na prestação de cuidados de âmbito preventivo e de reeducação funcional.
População Alvo
Indivíduos que foram submetidos a cirurgia do foro orto-traumatologico, predominantemente prótese total da anca e prótese total do joelho com menos de 30 dias, inscritos no Centro de Saúde de Aveiro e a residir no Concelho de Aveiro.
Objetivos
A. Monitorizar a adesão terapêutica dos utentes submetidos a cirurgia a PTA;
B. Monitorizar adesão terapêutica dos utentes submetidos a cirurgia a PTJ;
C. Realizar VD até as 72h após alta de forma a contribuir para a diminuição de recorrências ao CHVB após cirurgia do foro orto-traumatologico (PTA e PTJ);
D. Avaliar o risco de quedas dos utentes submetidos a cirurgia PTA e PTJ.